24 janeiro 2007

Uso de tecnologias na sala de aula


Quais as vantagens e desvantagens do uso das tecnologias nas actividades de sala de aula?
O uso das TIC em educação potencia ou inibe a aprendizagem?


Velhas questões com o aparecimento das tic, do computador, da internet, com a sociedade da informação, do conhecimento, práticas de ensino a distância, criação de sites pelas escolas, turmas, ... um misto de conceitos associado à temática do "aprender com tecnologias", que se tornam moda, evoluem, entram em desuso, são substituídos...

Numa "actividade" que desenvolvi nos útimos tempos ao nível profissional deparei-me com a seguinte afirmação de uma "boa" aluna do ensino secundário, que pretende ingressar na Licenciatura em Medicina:

"O uso de sites educativos deve constituir uma actividade extra às aulas, ficando ao critério do aluno a opção de consultar e utilizar, pois não devem mudar o método de ensino nas aulas em função do uso do computador e da Internet. Acaba por ser um pouco perda de tempo fazer isso nas aulas, porque os programas já são tão extensos, há tanta coisa para dar que acaba por se perder um bocado de tempo a ir a esses sites".

Defende-se cada vez mais o uso das tecnologias em educação, argumentando que as mesmas potenciam a aprendizagem, facilitam determinadas actividades, a compreensão de conteúdos, a concretização de objectivos, estimulam os alunos, fomentam a autonomia e criatividade, ....

No entanto, há argumentos que sublinham que se as tecnologias forem usadas para fazer igual àquilo que se faz sem elas, sem uma planificação, avaliação, reflexão-acção adequadas, o seu uso poderá tornar-se uma desvantagem, inibir a aprendizagem. Se um professor não usufruir das potencialidades das tecnologias de acordo com os objectivos educativos de uma actividade, de uma aula, de acordo com o contexto de utilização, os destinatários, e o conteúdo que pretende ensinar, ou seja, se não articular as potencialidades das tecnologias, adequando-as à situação pedagógica... a aprendizagem não será promovida.

Não utilizem as tecnologias nas actividades escolares só porque estão na moda. Só por se dizer que são importantes, que estimulam os alunos. Não se sintam conservadores por não usarem.
É fundamental utilizar de modo significativo e pertinente, quando é importante para nós, quando nos traz vantagens, motiva, quando nos sentimos preparados para usar...

12 janeiro 2007

Idade Sénior

O Estigma de Ser Idoso

Tal como os 18 anos de idade são associados à maioridade e ao início da vida adulta, os 65 anos fazem soar o fim de uma vida activa profissional, a aposentação à porta… a passagem de adulto a idoso, à 3ª idade, à velhice! É atribuído automaticamente o rótulo oficial de idoso ou mesmo de velho. As pessoas têm medo de envelhecer e os idosos não querem ser velhos. Velho torna-se um rótulo estigmatizante: inactivo, inútil, retrógado… ao qual reagem com o provérbio popular “velhos são os trapos”.

De facto, o essencial, independentemente da designação atribuída a todos os que têm mais de 65 anos, é sentirem-se activos, continuarem com objectivos, projectos, viverem emoções, serem felizes, fazerem o que mais gostam, com uma alma e espírito cheios de energia e boa disposição.

No dia 1 de Outubro foi o Dia Mundial do Idoso, que tal como o Dia Mundial da Criança é uma preversão! Existem porque considera-se que idosos e crianças precisam de ser protegidos e respeitados. Ou seja, não o são! Os velhos não têm voz, social ou política. Não lhes são permitidas exuberâncias, emoções, divertimento… Pode gritar-se-lhes porque não ouvem bem. São muitas vezes considerados impecilhos, pobres e analfabetos! Pelo contrário, têm tanto para dar…

Várias acções e iniciativas têm vindo a marcar as últimas décadas com a crescente consciencialização da importância e papel preponderante dos idosos na sociedade, pelos seus conhecimentos e experiências de vida. São criadas progressivamente infra-estruturas para assegurar e proporcionar uma vida melhor aos adultos, que aposentados passam a ter muito tempo livre. Exemplos são os centros de dia, as universidades da 3ª idade, as actividades e eventos de tempos livres, de animação e educação.

A freguesia dos Milagres tem tido também em linha de conta a nossa população sénior com alguns serviços prestados a esse nível. Que assim continue, mais e melhor! É fundamental valorizar as mais-valias dos idosos, capitalizar as suas potencialidades, utilizando-as na educação dos mais novos, na saúde, na preservação do ambiente, no dinamismo social e cultural da comunidade. Não os deixem ficar em casa, a morrer progressivamente! Incentivem-nos a descobrir novas realidades, a viajar, a conviver, a realizar novas aprendizagens, a desenvolver as suas vocações, a participar na vida activa da sociedade, em actividades com os mais novos, nas escolas ou ATL’s.

Consultem os endereços electrónicos www.projectotio.net e projectoteclar.blogspot.com."

Artigo publicado no Correio de Leiria, nomeadamente no Correio dos Milagres, nº 5, Dezembro de 2006.

Joana Viana

Divulgação do Projecto Teclar na Revista "Politécnica"

No último número da Revista "Politécnica", do Instituto Politécnico de Leiria, foi divulgado o Projecto Teclar, bem como, a comemoração do Dia dos Avós, em Julho, e do Di@ + em Outubro, onde participei e apoiei os idosos na comunicação pela Internet com amigos e familiares, através do Messenger.

14 dezembro 2006

O Natal , Natal...



Di@ + na ESEL


No dia da realização do Di@ + na ESEL, destinado aos CiberAvós, ou seja, idosos que podiam dirigir-se à ESEL e comunicar pela Internet, com amigos, familiares e outros idosos participantes na iniciativa pelo país, foi realizada uma reportagem pela Rádio da ESEL, na qual participaram alguns adultos do Projecto Teclar e eu.

Oiçam em:
http://www.esel.ipleiria.pt/index.php?id=2558

(Seleccionar programa 21)

O Di@ + decorreu da realização do Di@ dos Avós, em Julho, na ESEL, iniciativas promovidas pela Associação Vida e o Projecto TIO (Terceira Idade Online), com o lema:

Aproximar a Internet dos Idosos para que os idosos se aproximem da Internet




O que sou hoje é condicionado pelo que fui ontem e pelo que serei amanhã...

07 dezembro 2006

Em Todo o Caso

Remancha, poeta,
Remancha e desmancha
O teu belo plano
De escrever p'la certa.

Não há "p'la certa", poeta!

Mas em todo o acaso acerta
Nem que seja a um verso por ano...

Alexandre O'Neill
in Poesias Completas

24 novembro 2006

Programa de rádio sobre o Projecto Teclar

Foi realizado na rádio da ESEL um programa sobre o Projecto Teclar, que passou posteriormente em diversas rádios da região de Leiria: rádio Liz, rádio Batalha e rádio Dom Fuas.

Cliquem para ouvir:
http://www.esel.ipleiria.pt/index.php?id=2558
Seleccionar programa 17.
O Projecto Teclar é abordado na 1ª e 2ª partes.

Inclusão Digital





Projecto muito interessante ao nível da Inclusão Digital:

- Criação do Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID), na ESEL

Consultem o site:
http://www.crid.esel.ipleiria.pt


Modos de ver

"A vista chega antes das palavras. A criança olha e vê antes de falar. (...) A vista é aquilo que estabelece o nosso lugar no mundo que nos rodeia; explicamos o mundo com palavras, mas as palavras nunca podem anular o facto de estarmos rodeados por ele. Ainda se não estabeleceu a relação entre o que vemos e o que sabemos."

"Uma imagem é uma vista que foi recriada ou reproduzida. É uma aparência, ou um conjunto de aparências, que foi isolada do local e do tempo em que primeiro se deu o seu aparecimento, e conservada - por alguns momentos ou por uns séculos. Todas as imagens corporizam um modo de ver. Mesmo uma fotografia."

John Berger in Modos de Ver

04 novembro 2006

Ao fundo do horizonte

Experiências e Aprendizagens no I Encontro de LCE


No I Encontro de Licenciados em Ciências da Educação, realizado nos dias 29 e 30 de Setembro na ESE de Leiria estiveram licenciados e alunos de Lisboa, Coimbra, Porto, Algarve, Minho e Madeira!

O Painel I foi relativo à relação entre a educação e a formação: o papel do LCE enquanto agente de intervenção.

Neste painel destaco as seguintes comunicações, questões e reflexões...

Alexandra Figueiredo, da DGFV, abordou o tema do reconhecimento, certificação e validação de competências nomeadamente o sistema RVCC.
Considera que as áreas em que um licenciado em Ciências da Educação (LCE) pode intervir são: - planificação
- desenho curricular
- observação
- avaliação
- formação.... para as quais considera estarmos bem preparados!

E as principais competências profissionais dos LCE são a sistematização da informação, a capacidade de investigação, avaliação, análise crítica, em suma, a organização.
Competências que considera serem reconhecidas ao nível da produção de conhecimentos e de soluções para problemas educativos.

Seguiu-se Fernanda Marques, Presidente da Comissão Executiva e Directora do CRVCC da Associação Nacional de Oficinas e Projecto que lançou questões sobre as políticas de educação de adultos em Portugal:
- periférica ou central?
- Instrumental ou estratégica?
- Pontual ou constante?
- única ou plural?
Tem sido periférica, instrumental, pontual, plural...

É determinante em qualquer processo de educação e formação de adultos ter em linha de conta a promoção da autonomia do sujeito!! Colocar nas suas mãos o desenho, os modos e os tempos do seu percurso educativo e de qualificação, o que coloca em causa as propostas de educação formal!

É importante apostar na educação informar e não formal. O formal depende e é alimentado pelos contextos não formais e informais.
"Aprenditecas" como espaços de auto-aprendizagem e partilha; e os espaços de cooperação e partilha comunitária e intergeracional: jovens e idosos, entrajuda e voluntariado.

Como articular, organizada e intencionalmente o Formal e o Informal? Como favorecer intervenções de promoção da Autonomia?

Produzir uma boa prática de articulação entre o Estado e as organizações da sociedade civil não governamentais ou não estatais...
Deveremos ser Facilitadores e Conceptores de Projectos de Intervenção - Agentes de Mudança!! "Criar o homem-novo"!

Intervir para remediar ou intervir estrategicamente para desenvolver?!!!


PAINEL II - Animação e Desenvolvimento Local: espaço para educação e cooperação

Na opinião de Andreia Santos, Técnica Superior de Educação, da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, o papel de um LCE ao nível do poder local centra-se em:

- intervenção socioeducativa
- projectos de educação e desenvolvimento comunitário
- formação profissional e gestão da formação
- educação de adultos
- animação cultural
- ...
Uma apresentação em PWPT, com um timbre fechado e uma pronúncia do norte...

Seguiu-se uma comunicação interessante, acompanhada de uma apresentação agradável, por parte de Maria Emília Bigotte, do Centro de Apoio Social de Pais e Amigos da Escola, de Coimbra. Um projecto sobre "aprender a ser", seguindo a pedagogia e o movimento da escola moderna, criado pela associação de pais, numa escola, que infelizmente foi terminado este ano lectivo devido ao prolongamento das actividades lectivas do 1º ciclo, o que não permitia o desenvolvimento das actividades pela associação...
Com a imposição da "Escola a tempo inteiro" o sonho terminou....

PAINEL III - Organização, Administração e Gestão da Educação: políticas e práticas
José Bravo Nico, Professor na Universidade de Évora, apresentou um projecto desenvolvido na sua aldeia, baseando-se na APRENDIZAGEM:
querer aprender,
poder aprender,
decidir aprender
e gostar de aprender!!
Oportunidades, vontades, capacidades. Mistura-se tudo... e na Escola Comunitária da São Miguel de Machede nasceu o projecto: Portal Mosaico Micaelense (http://www.mosaicomicaelense.com/), o site oficial da Vila de São Miguel de Machede.

Foi criada a figura de Gestor Pedagógico de Freguesia (!!!!) vestida por uma LCE!! Não havia o perfil para estágio profissional, no IEFP. No entanto pais, famílias, crianças, directores de turma da escola conseguiram pressionar e levar a cabo... Criou-se esta figura na freguesia para conciliar actividades educativas na vila! Actualmente não há enquadramento legislativo para o perfil mas existem algumas pessoas nesta situação.
A LCE da Vila tornou-se gestora de processos individuais e colectivos de aprendizagem, facilitadora de sinapses...

Seguiu-se Paulo Topa, da Comissão Instaladora da Escola da Ponte. Apresentou o projecto da escola, a sua organização, projectos, desenvolvimento curricular,...
Pilares essenciais do Modelo Educativo da Escola da Ponte:
1) Autonomia
2) Responsabilidade
3) Solidariedade
4) Liberdade

Licínio Lima deu voz aos seus pensamentos e reflexões, facilitando a digestão de tudo o que tinha sido vivido ao longo do dia...
Onde reside a diferença entre aquilo que os LCE fazem e sabem fazer e os docentes?!! Os LCE... ... fazem um pouco de tudo! Têm uma sólida formação, muito vasta, de banda larga!! São capazes de conhecer e analisar os fenómenos educativos... Integram saberes complexos, pois têm uma formação teórica aprofundada!!
!! Pluriparadigmáticas!! Paradigmas conceptuais e teóricos.

Não somos engenharia, nem os medicamentos nem a terapia para a educação!!
Somos especialistas em generalidades educativas.

Foi o 1º Dia do encontro, muito intenso, recheado de contactos, conhecimentos, trocas de experiências, situações profissionais, vivências, projectos... Reflexões!

O 2º Dia fica para reflectir depois....

Joana Viana

16 outubro 2006

Uma "profissão" nas Ciências da Educação!?...


Após a concretização da Licenciatura em Ciências da Educação, nova meta e novo caminho se afiguram... no percuso pela educação e aprendizagem com tecnologias!

A vida profissional já começou, apesar das mudanças serem poucas...

No entanto existem alguns constrangimentos ou melhor um licenciado em Ciências da Educação depara-se com um não reconhecimento por parte da sociedade ou, especialmente, por parte do mercado de trabalho da sua profissão. Quero com isto dizer que, não existindo uma designação profissional para quem é licenciado em Ciências da Educação, quando é perguntada a profissão muitos não sabem o que responder...

Não considero que isso seja um problema! Para todos os efeitos somos Técnicos Superiores de Educação ou Técnicos Superiores de Formação, de acordo com o ênfase identificado nas funções desempenhadas... Para além disso, cada um pode assumir uma designação que melhor se ajuste ao desempenho das suas funções ou actividade profissional e daí existem:
- formadores
- formadores de formadores
- formadores de professores
- coordenadores de formação
- gestoes educativos / da formação
- coordenadores pedagógicos/educativos
- consultores educativos / pedagógicos
- .... (entre outros)

Em última instância também é possível indicar-se a actividade profissional desenvolida em vez da profissão ou designação profissional.

A situação torna-se constrangedora e revoltante para muitos quando chegam a um centro de emprego para se inscreverem e não está prevista na lista interminável de perfis profissionais do IEFP a designação de Técnico Superior de Educação e/ou Técnico Superior de Formação... Para quem pretende encontrar emprego ter de assinalar "outros" indicando o seu perfil ou assinalar um perfil que não é o seu, exactamente num centro de emprego, elimina grande parte das expectativas em relação a esse processo.

Por este e outros motivos, nomeadamente, pelo reconhecimento por parte da sociedade civil e do mercado de trabalho é objectivo da Associação Nacional de Licenciados em Ciências da Educãção (ANALCE) definir o perfil e estatuto do licenciado em Ciências da Educação. Foi esse um dos pontos desenvolvidos no I Encontro de Licenciados em Ciências da Educação que se realizou em Leiria, nos dias 29 e 30 de Setembro, no qual se procedeu a uma votação entre as designações "Pedagogo" e "Educólogo".

Não concordo com nenhuma delas pois, por um lado, restringem e afunilam a amplitude das nossas competências e campos de intervenção, constituindo esta diversidade de competências e áreas de intervenção a grande mais-valia da nossa licenciatura.

Por outro lado, pedagogo refere-se "àquele que intervém no campo da pedagogia" ou seja, o processo de ensino e aprendizagem na sala de aula, na escola, com estreita ligação com o início da escola, a existência do mestre e dos discípulos. Um Licenciados em CE intervém em todos os domínios da educação e não só no ensino! A pedagogia constitui um campo e uma das áreas disciplinares das "Ciências da Educação". O Licenciado intervém ao nível do desenvolvimento curricular, da administração educacional, da formação de professores, da formação de adultos (alfabetização, idosos, jovens, cursos efa, RVCC, cursos de educação e formação, cursos de aprendizagem, ...), da intervenção comunitária e desenvolvimento local, no domínio do e-learning, entre outros!

Educólogo é uma adaptação de Psicólogo (para a Psicologia), de Sociológo (para a Sociologia), entre outros "ólogos"! Articula-se com a educação, refere-se à educação. Educação é todo o
processo por que passa qualquer indivíduo desde que nasce até morrer. Todas as suas experiências, vivências, relações, conhecimentos, emoções, aprendizagens, .... fazem parte do seu processo educativo ao longo da vida. No entanto, Educólogo não é uma palavra com uma sonoridade agradável, não se refere a todas e qualquer funções e papéis que podemos desempenhar.

Encontrar uma designação para um licenciado em Ciências da Educação é (parece-me a mim) afunilar e estreitar a nosso domínio e campo de intervenção, retirando a especificidade que as Ciências da Educação contêm!

18 julho 2006

I Encontro Nacional de Licenciados em Ciências da Educação


A ANALCE (Associação Nacional de Licenciados em Ciências da Educação) está a organizar o I Encontro Nacional de Licenciados em Ciências da Educação, subordinado ao tema:

"A Afirmação das Ciências da Educação: Potencialidades e Constrangimentos"

em Leiria, nos dias 29 e 30 de Setembro.

O programa provisório pode ser consultado no site do Encontro.

Reportagem sobre o Projecto Teclar


Em relação ao estágio que desenvolvi na ESEL, em Leiria, ou seja, no que se refere ao Projecto TECLAR - Ensinar e Aprender entre Gerações com Tecnologias - é possível acompanhar os últimos desenvolvimentos e a sua finalização, enquanto projecto inserido no âmbito do estágio, no blog relativo:

Experiências no Projecto Teclar (projectoteclar.blogspot.com)

E sobre este, a dois 2:: (RTP) teve conhecimento do projecto e quis fazer uma reportagem sobre o mesmo, que irá passar no dia 27 de Julho, às 19h, no Programa Iniciativa!

Escrever, reflectir, balbuciar...


"Perde-se o tempo a procurar nos livros o que só existe nas pessoas"

"Existir é, assim, um modo de vida que é próprio do ser capaz de transformar, de produzir, de decidir, de criar, de recriar, de comunicar-se"

"É actuando no mundo que nos formamos, que nos tornamos seres históricos e éticos, capazes de optar, de decidir, de romper"
(Paulo Freire, 2000)

Estágio terminado e relatório entregue!


O mês de Junho foi dedicado à redacção do relatório de estágio, ou melhor dos estágios realizados, em Leiria e Lisboa, na ESEL e no Instituto Superior Técnico (GAEL).

O estágios terminaram, o relatório foi entregue e assim terminei a licenciatura, 5 anos de tantas emoções, aventuras, leituras, escrita, trabalhos e mais trabalhos ao computador, noitadas, amizades, sonhos, aprendizagens, experiências....

Falta apenas saber a nota do estágio (baseada no relatório) e fico prontinha para intervir no mercado de trabalho... ou será da educação? Ou da formação? Do ensino a distância?
Parece que passará por todos os domínios...

Agora continuarei a educar-me e educar, formar-me e formar... ensinar e aprender com tecnologias...


"Aprender é ganhar consciência de quanto se sabe para querer saber ainda mais. Mais e mais. Toda a vida."

13 maio 2006

Algum tempo ausente...

... ausente quanto às mensagens publicadas aqui no blogue, mas não no estágio e na minha (cada vez mais estreita) ligação com a aprendizagem com tecnologias... voltei!

Os estágios estão a terminar... É hora de me dedicar à redacção do relatório de estágio! Colocar ordem nos pensamentos, reflectir sobre o tudo o que vivi, aprendi, experienciei, desenvolvi, conheci, senti! Leituras, escrita, computador, decisões, estrutura e organização...
No entanto, a disponibilidade ainda não permite adedicação ao relatório que anseio cada vez mais! Preciso de tempo e espaço para...

Até (pelo menos) ao fim do mês de maio continuarei ligada aos locais de estágio...
Em Leiria, no Projecto TecLAR o trabalho de cooperação e interacção entre crianças e idosos, no que toca às tecnologias, e não só, terminou... no sentido material! Os trabalhos construídos em conjunto foram apresentados na passada 2ª feira, dia 8 de Maio, na escola primária às crianças dos outros anos, às professoras e estagiárias. Sempre por crianças e idosos em sintonia! Foi um trabalho que "enriqueceu" crianças, idosos, professora, estagiárias, a mim.... todos os envolvidos! Foi muito gratificante e um estímulo para o desenvolvimento de outros projectos envolvendo os alunos e adultos da universidade da 3ª idade ou outros!
Para além disso, sinto-me muito satisfeita com o trabalho desenvolvido com os adultos no que se refere à sua evolução em termos de conhecimentos, apendizagens e fluência no que toca ao uso do computador e internet! Acredito que a partir de agora qualquer um deles conseguirá usar o computador e internet de forma autónoma, podendo auxiliar-se dos recursos de apoio que lhes forneci ou das dicas de familiares e amigos. Mas a iniciação neste mundo foi bem sucedida.
Por isso sinto-me feliz!
No entanto, o projecto ainda não terminou! Há ainda algumas sessões com os adultos na ESEL, e até vamos fazer um jantar em conjunto como forma de comemoração do caminho desenvolvido colaborativamente. E no dia mundial da criança teremos um espaço/atelier na "feira educativa" realizada na ESEL reservado para o projecto teclar, onde decorrerá a sua divulgação e apresentação pelas crianças e adultos os trabalhos realizados a todas as crianças das escolas primárias e jardins-de-infância de Leiria que normalmente participam.


Em Lisboa, no Técnico (projecto e-escola) estou quase a terminar a aplicação de diversas fases/metodologias para avaliação do portal, no intuito de obter dados sobre possíveis alterações a fazer no portal de acordo com a opinião de potenciais utilizadores: alunos do ensino secundário e alunos do ensino superior.
Este processo incluiu a realização de entrevistas colectivas com professores do ensino secundário e superior, tal como, com alunos dos dois níveis de ensino, observação de aulas com integração do e-escola nas suas actividades (ensino secundário e superior), questionários aos alunos que estiveram nas aulas, testes de usabilidade com alunos que não conheciam o portal e um questionário online.
Realizarei o relatório com a análise dos dados para o gabinete, com a síntese dos principais resultados e proposta de alteração/melhoria.


Aí sim poderei dedicar-me ao relatório de estágio!
Se bem que o estágio está concretizado, vivido e sentido... falta sistematizar de modo formal e sob a forma escrita.


A par destas vivências na próxima semana tenho uma nova experiência: dar uma aula prática ao 1º ano de Ciências da Educação, da disciplina de tecnologias educativas.


Entretanto, na semana passada estive presente na conferência realizada na Expon
or sobre Repositórios de e-educação, sempre estimulante para novos desafios e aprendizagens.


Outros projectos e experiências se avizinham... Mas depois das férias bem merecidas após um ano de estágios intensivos


Joana

28 março 2006

Trabalho colaborativo entre gerações...


O projecto TecLAR continua a dar os seus frutos...
A realização dos trabalhos pelos adultos e crianças continua, desta vez na escola primária: dia 13 e 27 de março!

Já seleccionaram a informação, definiram a estrutura e índices dos trabalhos, estão a preparar os textos passando a computador, as capas, títulos, imagens... Alguns adultos estão mais empenhados que as próprias crianças!

O trabalho sobre a alimentação no mundo será apresentado em PowerPoint, o que está a ser um desafio para as crianças e adultos envolvidos!

Por isso, nas sessões do projecto com os adultos introduzi mais essa aplicação para quem está mais fluente, perspicaz e interessado. Os outros pretendem consolidar as funcionalidades, ferramentas e aplicações desenvolvidas até ao momento! Consultam o e-mail, pesquisam na net, conversam no messenger e continuam as histórias de vida no word.

O "Eduquês" em discurso directo


:: Uma crítica da Pedagogia Romântica e Construtivista

Livro escrito por Nuno Crato, professor no ISEG (Lisboa) e Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, o qual lança uma crítica a "conceitos que têm dominado a pseudopedagogia do laxismo e da irresponsabilidade", tais como, aprender a aprender, ensino centrado no aluno, aprendizagem em contexto.

Conceitos que se integram na abordagem construtivista, os quais revelam "ideias nocivas", segundo o autor.

Como tal, as críticas são ilustradas com diversas citações de responsáveis pela política educativa e de teóricos da pedagogia "em confronto" com referências críticas da psicologia e da pedagogia.

Sugiro a sua leitura a todos os interessados e envolvidos no ensino. Reflictam e exponham o vosso ponto de vista.

Apesar de determinados conceitos e pressupostos da abordagem construtivista serem, por vezes, exageradamente evocados e inadequadamente, atribuindo-lhes sentidos e significados distantes do real, descontextualizados, vagos... também é certo que algumas das citações referidas e "invalidadas" no livro encontram-se descontextualizadas, sendo-lhes atribuído outro sentido e significado, pois apenas parte do discurso de determinados autores é evocado, sendo julgado valendo por si só.
São autores e discursos que conheço e, por isso mesmo, identifiquei tal desfasamento.

Concordo, sim, com o facto da abordagem construtivista ser relativizada, referida sem limites nem fundamento em diversos discursos educativos, sem que seja interpretada,

aplicada coerente a cada situação e objectivos educativos, através da sua especificação e operacionalização. É referida apenas porque sim; porque se fala. É o papel activo do aluno sem especificar o que se entende por isso, tal como, o aluno constrói o seu conhecimento: como?


Quanto ao ensino da matemática, especificamente, e o ensino em geral, concordo que é fundamental a transmissão de conhecimentos básicos e "feitos", o treino (repetição) e a memorização de determinados processos, fundamentais no processo de aprendizagem: assimilação e acomodação (Piaget). Para existir aprendizagem é necessário a aquisição, retenção, compreensão...

Boas leituras

Projecto e-escola


O meu estágio no IST, no âmbito do projecto e-escola, tem tido como foco principal a avaliação do portal, no intuito de conhecer os utilizadores que consultam o e-escola, a utilização que têm feito do portal e a sua opinião sobre o mesmo, relativamente à pertinência, utilidade, actualidade e rigor dos conteúdos, pontos fortes e pontos fracos, funcionalidades, entre outros aspectos.

Como tal, estive envolvida na construção do questionário que se encontra online no portal, tal como, na preparação das outras metodologias e fases do processo de análise e avaliação do portal:

- entrevistas com professores do ensino secundário e superior
- entrevistas com alunos do ensino secundário e superior
- observação de aulas do ensino secundário e superior, nas quais os professores irão integrar conteúdos e actividades do portal, mostrando aos alunos a pertinência do mesmo e um exemplo do seu uso contextualizado
- questionários a realizar aos alunos que participem nas aulas integradas com o portal

www.e-escola.pt

11 março 2006

Frases ditas

Os participantes no projecto teclar já começaram a fazer os seus comentários sobre as experiências vividas, especialmente, no trabalho com as crianças!

6ª Feira foi uma tarde de emoções, trabalho e empenho na preparação da ida à escola primária...
Espreitem o blogue!

06 março 2006

Novo encontro no TecLAR


Hoje houve novo encontro entre as crianças do 4º ano de escolaridade da escola amarela e os adultos do projecto tecLAR.
Correu muito bem, as crianças pesquisaram as informações que lhes faltavam para a realização dos trabalhos com a ajuda dos adultos, e guardaram essas informações.

Para a semana, na 2ª feira, somos nós que vamos à escola primária para os adultos e as crianças organizarem a informação e começarem a preparar os trabalhos! Uns vão fazer em formato de livro, outros um desdobrável, outros um dado gigante com uma banda desenhada em cada face sobre diferentes histórias de banda desenhada (Mafalda, Tim-Tim, Pato Donald, Astérix e Obélix, ...), outros um teatro de fantoches, outros... Um POWERPOINT, incentivados pelos adultos!

Lembrei-me também de criar um blog sobre as experiências de interacção entre os dois grupos etários...
http://projectoteclar.blogspot.com


20 fevereiro 2006

Não reprimam as crianças...


"Certo dia estavam duas crianças a patinar em cima de um lago congelado. Era uma tarde nublada e fria e as crianças brincavam sem preocupação. De repente, o gelo quebrou-se e uma das crianças caiu na água. A outra criança, com o seu amiguinho a afogar-se debaixo do gelo, pegou numa pedra e começou a golpear com todas as suas forças, conseguindo quebrá-lo e salvar o amigo.

Quando os bombeiros chegaram e viram o que tinha acontecido, perguntaram ao menino:
- Como é que conseguiste fazer isso? É impossível que tenhas quebrado o gelo com essa pedra e as tuas mãos tão pequenas!

Nesse instante apareceu um ancião e disse:
- Eu sei como ele conseguiu.

Todos perguntaram:
- Como?

O ancião respondeu:
- Não havia ninguém em redor para dizer-lhe que ele não seria capaz."


Albert Einstein

13 fevereiro 2006

O prazer de ler: ler palavras ou ler o mundo?


"O prazer de ler é uma herança de valor inquestionável que poderemos receber na infância. Na idade adulta, a leitura pode contribuir de forma marcante para transformar tempos aborrecidos e vazios em momentos de prazer e acalmia interior. Ler é uma forma de lidar eficazmente com o aborrecimento e a solidão.

O gosto pela leitura desenvolve-se precocemente, existindo diferentes estratégias para o estimular junto das crianças. Antes da criança nascer podemos ler histórias ao feto. Após o nascimento é importantíssimo que as crianças tenham contacto com o material impresso - manusear livros e contactar com estes desde muito cedo é uma boa estratégia para ir desenvolvendo o gosto pela leitura nas crianças.

A leitura de histórias é outra excelente estratégia: a criança deve ser sentada no colo do adultos de forma a visualizar as palavras e imagens dos livros. Assim, vai adquirindo a noção de palavra e do modo como a escrita se estrutura, e simultaneamente vai associar a leitura a um acto de prazer.

Antes da criança entrar no 1º ciclo, o adulto pode construir livros com as crianças, por exemplo, através de simples colagens de imagens ou fotografias que contem uma história, imaginada pela criança.

Através da leitura todos nós crescemos, aprendemos, olhamos e conhecemos o mundo, fantasiamos e desenvolvemos estratégias de expressão e comunicação (oral e escrita) das nossas opiniões, emoções, sentimentos e pensamentos.

A aprendizagem da leitura não se reduz a uma técnica. É muito mais do que isso. O ser humano só aprende valorizando a sua experiência, por isso é importante que as crianças aprendam a ler através de situações e estratégias que lhes dêem prazer e se articulem com as suas experiências no dia-a-dia.

O desafio que vos deixo é que os livros façam parte da vossa lista de presentes para as crianças, que saboreiem o prazer de ler sobre aquilo que vos interessa, e... não leiam as palavras mas sim o Mundo!"


Artigo escrito em Janeiro de 2006 para o Correio dos Milagres,
Joana Viana

10 fevereiro 2006

Endereço de e-mail para todos!


Desde o dia 3 de fevereiro todos os adultos do projecto TecLAR têm o seu endereço de e-mail! Foi fantástico começarem a enviar mensagens uns aos outros e, principalmente, aos filhos, netos, outros familiares e amigos. Adoraram! Especialmente porque alguns deles obtiveram respostas quase imediatas dos familiares que estão distantes geograficamente!

Mesmo as pesquisas livres na internet sobre as suas curiosidades e interesses têm corrido muito bem. É um novo mundo que estão a descobrir, ficando maravilhados.

O meu desafio para hoje é colocá-los a experimentarem o Messenger, sobre o qual têm muita curiosidade por ouvirem falar sobre isso... Vamos ver como reagem.

25 janeiro 2006

Comentários de participantes do Projecto TecLAR


Excertos dos comentários de dois participantes no projecto...


"Do projecto TECLAR espero muito. (...) Isto era um dos objectivos que eu pretendia concretizar (...). Além disso, esta experiência de participar numa turma de "seniores" com uma professora "júnior" está a ser para mim muito enriquecedora e muito agradável pelo convívio e partilha de conhecimentos. Espero também transmitir aos mais novos as minhas experiências de vida acumuladas e os meus conhecimentos profissionais, especialmente na área gráfica, se isso for considerado interessante."
António Dias Lopes, 6 Janeiro de 2006

"Espero que o projecto Teclar seja para mim uma nova janela de oportunidades, pois dada a velocidade dos acontecimentos de hoje em dia, a internet é um elemento fundamental para uma boa actualização informativa, cultural, recreativa, etc."
José Marques, 13 Janeiro de 2006

19 janeiro 2006

e-escola e GAEL


Tenho falado pouco do meu estágio no GAEL - Instituto Superior Técnico - a propósito do portal e-escola mas isso não significa que não esteja a ser interessante.
Sem dúvida está a ser importante para mim, um desafio, que acho estar a responder! Realizar aprendizagens, aplicar conhecimentos, desenvolver competências. Adquiridos ao longo da licenciatura e produto de todo o meu percurso até ao momento, especialmente nas questões da educação/aprendizagem com as tecnologias, e-learning.

O portal e-escola está online desde dia 20 de Dezembro. O trabalho de melhoramento e adequação ao público-alvo e à web começa agora a dar os seus frutos. A minha intervenção torna-se mais notória, começo a "chegar" aos professores que produzem conteúdos, existe o desejo de implementar progressivamente o modelo pedagógico definido, de acordo com a abordagem construtivista da aprendizagem.

Serão realizados testes ao portal e aos conteúdos do ponto de vista pedagógico, usabilidade, adequação ao público a que se destina, concretização das finalidades do projecto, entre outros. Será o núcleo central do meu estágio nos próximos tempos: preparar e realizar esses testes.
A divulgação do portal também será concretizada dentro de algum tempo, após alguns ajustes no portal

O portal e-escola é um projecto com futuro, implicando muito trabalho científico, tecnológico e... educativo.

18 janeiro 2006

Uma surpresa na sessão TecLAR de 6ª feira

Já viram o ramo de rosas vermelhas que os meus formandos séniores me ofereceram?! Foi uma surpresa...

Disseram ser para agradecer a paciência e simpatia que tenho com eles :)

17 janeiro 2006

As fotos esperadas...

Alguns momentos do último encontro entre os adultos e as crianças!




09 janeiro 2006

Encontro extraordinário! entre as Crianças e os Adultos


Hoje concretizou-se o auge do projecto TecLAR:
* As crianças da escola primária vieram à ESEL, dando-se o primeiro encontro entre elas e os adultos, começando o processo de interacção entre as duas gerações e a troca de saberes e experiências!

Foi bastante interessante e imprevisível! Foi espectacular, como disseram alguns adultos! Ou bué da fixe, segundo algumas crianças!
Eu própria gostei e fiquei satisfeita!

As crianças chegaram à escola, acompanhadas pela professora Fátima Serrano (muito simpática e prestável) e por duas estagiárias da ESEL do curso de ensino 1º ciclo, sendo recebidas pelos adultos que as acompanharam até à sala de computadores, onde os esperava um lanche preparado por nós.
A admiração dos adultos foi clara quando observaram as crianças a entrarem na sala e sentarem-se aos computadores, ligando-os com imensa à vontade. As crianças estavam contentíssimas por verem tantos computadores, onde podiam estar uma em cada um!
Ligaram os computadores, organizaram-se por grupos de trabalho - alimentação, saúde, história, música e banda desenhada - pelos quais os adultos se distribuiram.
E passaram à acção!
Dentro de cada um dos temas, as crianças têm de fazer trabalhos sobre determinadas questões e foi nisso que os adultos os estiveram a ajudar: pesquisar informação na internet, guardar numa pasta e depois imprimirem para levarem com eles para a escola.

Os adultos adoraram a experiência e as crianças disseram que queriam voltar!
Agora vão trabalhar a informação que recolheram e eu, os adultos e a professora deles vamos preparar novo encontro...

Aguardem pelas fotografias!! :)
Joana Viana

03 janeiro 2006

Novo Ano... e Muitas Mudanças!!?


Novo ano e nova fase na minha vida..!? Este será um ano de mudanças significativas para mim, esperando eu que para melhor! É o ano de conclusão da licenciatura, com a avaliação dos estágios realizados, início de vida no mundo do trabalho.. e quem sabe novos projectos profissionais e pessoais!? A questão torna-se cada vez mais imanente! Onde vou ficar a trabalhar? Que emprego? Leiria? Lisboa? Num local de estágio?

2ª feira, no projecto TecLAR, os adultos vão encontrar-se com as crianças da escola primária, com quem vão estabelecer interacção. As crianças vão à Escola Superior de Educação visitar-nos na sala de computadores.
Alguém tem uma sugestão para rechear esse encontro?

Joana Viana

23 dezembro 2005


Feliz Natal para todos!!













"Há pessoas que querem ser bonitas para chamar a atenção, outras desejam a inteligência para serem admiradas... Mas há algumas que procuram cultivar a alma e os sentimentos; essas alcançam o carinho de todos, porque além de belas e inteligentes tornam-se realmente pessoas".

19 dezembro 2005

Umas férias de Estágio:) - Para descansar mas também para pensar


As férias de estágio começam a partir de agora nos dois locais... Ao IST volto no dia 3 de Janeiro e ao Projecto TecLAR no dia 6 de Janeiro.

O portal e-escola, 2ª versão, é lançado amanhã dia 20 de Dezembro! Espreitem e depois digam da vossa justiça..
www.e-escola.pt

Quanto ao TecLAR serão duas semanas para os adultos sem praticar (para quem ainda não tem computador ou não receba como presente de Natal)! Não é grave..
Como ainda hoje disse, isto é como a carta de condução: é preciso conduzir para saber fazê-lo cada vez melhor. Não se "desaprende" por não praticar, apenas passamos novamente a iniciantes!

A verdade é que estou a adorar trabalhar com adultos, vê-los a evoluir nas suas aprendizagens, no entusiasmo, na satisfação, no esforço.. Tem sido bastante compensador!
Hoje mostrei-lhes exemplos do que se pode fazer no PowerPoint, diversas apresentações e animações... para lhes adoçar o entusiamo! Gostaram!

A experiência no Word está a ser interessante para a maioria deles: estão a gostar muito de estar a escrever.. Mas depois as dúvidas e os problemas estão sempre presentes: quais as teclas que usam para apagar, e para colocar maiúsculas, aprendem agora e depois já não se lembram, o cursor, o rato. Já aprenderam a mudar o tipo de letra, a alinhar o texto e a mudar o espaçamento entre linhas!!

Devagar estão a aprender muito!

Será tempo agora para eu reflectir e decidir o que vou fazer com eles a partir de Janeiro. Começam os encontros com as crianças. Quero que comecem a ir à Internet, ajudá-los a criar um endereço de correio electrónico, comunicarem no messenger... E em paralelo os que estão mais atrasados continuarem no Word, os outros irem experimentar o PowerPoint. Antes disso muito há para explicar no Word: fazer tabelas, inserir imagens, rodapés, cabeçalhos, sublinhados, ...

Uffff!!

Feliz Natal

Joana Viana

12 dezembro 2005

"Já acabou? Hoje passou rápido! Estava a gostar..."


O projecto TecLAR vai continuando, estou com os adultos à 2ª e 6ªs feiras. No entanto alguns vêem nos dois dias e outros só vêem à 6ª feira. À 6ª feira existem dois grupos de trabalho (turnos), exigindo que eu consiga equilibrar as fases de trabalho e apendizagem em que se encontra cada adulto. É uma tarefa à primeira vista complexa, mas tem superado as minhas expectativas: estou a conseguir responder aos ritmos, dúvidas e medos de cada pessoa, em geral, e eles próprios ajudam-se uns aos outros!

A maior curiosidade deles, que de alguma forma os deixa confusos e perplexos, é a INTERNET! Comecei a explicar algumas coisas a semana passada e no final da sessão todos disseram que tinham adorado!
Depois disso já começaram a escrever no Word, livremente. E o conteúdo que lhes propus para treinarem a elaboração de documentos foi baseado nas Histórias de Vida e do que é, normalmente, pedido aos adultos nos Cursos EFA e no processo RVCC.

O mais gratificante é ouvi-los dizer que estão a pensar comprar um computador, ontros já compraram; e quando no final das sessões comentam "mas já acabou? Hoje passou num instante! Estava a gostar!".

Hoje recebi um telefonema de uma senhora, aposentada do ensino secundário, cunhada de uma formanda, que a ouviu falar e ficou entusiasmada também para participar! Telefonou-me para saber se poderia ir na próxima 6ªfeira!
Agora no final da tarde recebi um e-mail de um dos formandos, que andou a explorar e resultou nisso!

Formidável :)

Joana Viana

05 dezembro 2005

Dialogar e Reflectir...


Um encontro com uma amiga do curso para partilhar as experiências altamente vividas no estágio fez-me perceber algo extraordinário!
De facto só mesmo quando nos esforçamos por traduzir em palavras o que vivemos ou sentimos é que nos apercebemos o porquê de algumas coisas, o sentido e significado de outras.. Talvez como nas Histórias de Vida (Abordagem Biográfica)!
Foi o que aconteceu nesse encontro. Ao contar à Maria e expressar a minha experiência no estágio, especialmente nas sessões com os adultos, percebi que:

* Apesar de não ter (praticamente) experiência prática enquanto educadora/formadora, dei comigo a explicar, por exemplo, o que é o ambiente de trabalho, o explorador, a diferença entre os ícones de pastas, ficheiros e programas ou aplicações... utilizando quase sempre metáforas, principalmente presentes no dia-a-dia de qualquer pessoa. Ou seja, estabeleci associações com situações familiares aos adultos.

* Algumas explicações surgiram espontaneamente no momento, questões sobre as quais nunca tinha reflectido, nem sabia as respostas por ser algo tão "natural" e implícito naquilo que sei. A aprendizagem estava feita e quando foi necessário soube explicar algo que, à primeira vista, julgava não saber a resposta

* Viver, sentir e identificar tantos aspectos e situações teóricas relatadas, discutidas, reflectidas, avaliadas e questionadas ao longo das aulas, ao longo da licenciatura

* Ter o privilégio de colocar em prática muitas das aprendizagens que realizei em Ciências da Educação e algumas das competências desenvolvidas, nomeadamente, "provar" que de facto é possível acompanhar e orientar, simultaneamente, no mesmo espaço, pessoas com diferentes níveis de conhecimento, diferentes ritmos de trabalho, a realizarem diferentes tarefas:

Na 6ª feira, dia 25 de Novembro deparei-me fortemente com essa situação:
- Alguns dos formandos já tinham experimentado o TuxPaint e quiseram continuar;
- outros ainda não tinham, orientei-os para começarem;
- cinco adultos apareceram pela primeira vez no curso desde o 1º dia (por razões várias), três que são exactamente quem já experimentou noutras circunstâncias usar o computador e como tal queriam experimentar o Word ou a Internet, colocando algumas dúvidas e questões, e duas senhoras que não sabiam nada, as quais tive de acompanhar explicando o processo de ligar o computador, escrever palavra-chave e nome de utilizador, explicar o que é o ambiente de trabalho e só depois colocá-las a experimentarem o TuxPaint
- E ainda um senhor que precisava que lhe explicasse especificamente como se fazia uma tabela no Word

Foi um dia bastante intenso! Senti que consegui gerir a diversidade de situações, pelo menos fui respondendo a todos, através de ajuda, explicação, orientação.. Eles próprios mostraram entusiasmo.
E como sabemos os adultos são demasiadamente impacientes em situações de aprendentes - querem estar sempre em acção, querem respostas e explicações - pelo menos o grupo em questão. No entanto, senti que correu bem. Alguns não esperavam que chegasse ao pé deles e perguntavam aos colegas. Existiu entreajuda entre quem tinha resolvido determinado problema e quem esperava a resposta.

O Aprender experimentando está a instalar-se na sala! Em último recurso é que a maioria me chama, apesar de "necessitarem" de sentir que estou lá, disponível, para os orientar, apoiar, explicar e, claro, INCENTIVAR E ELOGIAR!

E o TuxPaint resultou (mesmo)!


Sem ter a certeza, completamente de forma intuitiva resolvi arriscar... e sugeri ao grupo de adultos do Projecto TecLAR para explorarem e divertirem-se um pouco no TuxPaint (programa de desenho para crianças).

O objectivo era os adultos desenvolverem o controlo do rato e conseguirem dominar os movimentos e cliques..
Estivemos duas sessões a experimentar.
Fizeram muitas perguntas sobre o próprio programa, o facto de existirem botões com determinadas opções, alguns deles que depois permitiam escolher determinadas ferramentas, pintar desenhos dentro dos limites, controlar os movimentos do rato para fazer os traços...
A riqueza do que se viveu nestas sessões foi extraordinária em termos de aprendizagem! Muito mais do que esperava e muito além da intenção e objectivo exprimido inicialmente!

Divertiram-se imenso com a descoberta em si, os desenhos que ousavam experimentar fazer, os erros, os riscos a mais.. Tudo contribuiu para a criação de um ambiente descontraído e para o estabelecer de relações, em termos de dinâmica de grupo e relações interpessoais, essenciais para podermos continuar a trabalhar... acho eu.

Foi mesmo extraordinário a evolução da maioria das pessoas em termos de sensibilidade ao mexer no rato, controlo e manipulação do mesmo!
Arrisquei e realmente a experiência no TuxPaint deixou-os mais à vontade e mais confortáveis ao computador...

23 novembro 2005

Estágio IST: Portal e-escola


Hoje quero explicar em que consiste o meu outro estágio!
Sim, além do estágio à frente do Projecto TecLAR, estou a estagiar no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, especificamente no GAEL (Gabinete de Apoio à Produção de conteúdos em e-learning).
O que estou a fazer?
Bem, um dos seus projectos, da Universidade Técnica de Lisboa, é o Portal e-escola. Este portal é destinado a alunos e professores do ensino secundário, alunos dos 1ºs anos do ensino superior, investigadores e outros interessados pela ciência, visto que aborda especialmente as áreas de biologia, química, física e matemática.
Este é um projecto que existe desde 2001, e o portal está online desde 2002. No entanto, a interface e arquitectura do portal foi toda restruturada, os conteúdos, a usabilidades, etc. Criou-se um portal de raíz, tentando agora seguir princípios pedagógicos e de eLearning..

Ou seja, o meu estágio consiste na elaboração e aplicação de um modelo pedagógico ao nível da estruturação dos conteúdos, que já está definido. No entanto, linearmente o modelo só começará a ser aplicado a partir de Janeiro, visto que dia 20 de Dezembro é o lançamento do novo portal!!

Os conteúdos já sofreram grandes transformações e adaptações à web, mas ainda muito têm de ser reformulados!
O meu trabalho está a ser esse:
- analisar os conteúdos já produzidos e sugerir as devidas alterações, segundo o modelo pedagógico (para isso não é necessário ter conhecimentos em termos científicos relativamente aos conteúdos)
- adequar os novos conteúdos produzidos ao modelo proposto, ou mesmo tentar que os professores autores se esforcem por seguir minimamente esse modelo.

Os autores dos conteúdos são os professores universitários das áreas científicas em questão do Instituto Superior Técnico.
O modelo de estruturação dos conteúdos baseia-se essencialmente nos pressupostos do construtivismo, Papert, a noção da construção do conhecimento pelo utilizador do portal, de forma autónoma e autodirigida.
Como tal, os conteúdos deverão ser interactivos, implicar a interacção com o utilizador, estando pensados três momentos fundamentais para cada tópico de conteúdos:

- Aprender: fundamentação e explicação teórica de determinados conceitos, bem como exemplos através de animações
- Aplicar: exercícios e actividades para os alunos testarem os seus conhecimentos e auto-avaliarem-se
- Explorar: sugestões de recursos, fontes, outros tópicos do portal, endereços na web, fóruns de discussão.. que permitam ao utilizador aprofundarem os seus conhecimentos, tal como actividades e exercícios que impliquem a mobilização e transferências de conceitos / conhecimentos e aprendizagens de vários tópicos (do momento aprender).

Está prevista a entrada nos conteúdos por qualquer um destes momentos, conteúdos estes possíveis de aceder pelo seu nível de dificuldade (básico, intermédio, avançado), palavra-chave, título e data.

Um grande desafio..!!
Joana

P.S. Quando o portal for lançado eu deixo aqui o endereço. Até lá aguardem...

21 novembro 2005

Aprender (ou não) em conferências e Simpósios

Nas últimas semanas tenho participado nalgumas conferências ou simpósios, as quais apresento...

Ser Formador Hoje
Simpósio Público (4 Novembro 2005), FPCE-UL
Destacar a conferência de Pierre Caspar, Rui Canário, Belmiro Cabrito e Ângela Rodrigues

O Papel do formador e a formação actualmente implica muito mais do que o acto de formar. O formador é essencialmente um monitor, um tutor, um mestre, um decisor, político, consultor. Deverá lidar com a previsibilidade, improvisar, dando respostas formativas aos formandos e a situações específicas, ser criativo, ter intuição e racionalidade didáctica.
Formadores como "Construtores de sentido" e "Trabalhadores do saber" (Rui Canário).
Capazes de questionarem a realidade, a própria prática e criticarem-se a si próprios (Belmiro Cabrito).
Formar colocando os formandos em acção, autónomos e activos na construção do conhecimento, fazendo, mexendo, praticando, reflectindo, debatendo. Formar não é falar para os formandos ouvirem de modo passivo! Assim não há aprendizagem, apenas memorização!
A especificidade da Formação Pedagógica, seja inicial ou contínua, não é reflectir sobre o que vamos fazer nem sobre o que devemos fazer, mas sobre o que se faz (Houssaye, 1999) - Ângela Rodrigues.

Tendances vers la mondialisation et la diversification socio-culturelle des savoirs éducatifs
Conferência de Juergen Schriewer(11 Novembro 2005), FPCE-UL

Internacionalização dos saberes e matérias em Educação. Internacionalização (processo evolutivo, construções semânticas, sistema social) e Internacionalidade (referências internacionais): diferentes!

Externalizações. Estandardização de livros escolares, matérias, reformas curriculares.

Países diferenciados segundo as crenças culturais; tradição religiosa, política, histórica e linguística de cada sociedade, especificidades culturais, convergência das perspectivas intelectuais para o sistema mundial.

VII Simpósio Internacional de Informática Educativa
Escola Superior de Educação de Leiria - 16, 17 e 18 de Novembro 2005

Algumas passagens dos três dias...

"Se eu fosse computador...
... queria estar ligado à Internet para poder ter muitos jogos divertidos para as crianças jogarem e escreverem histórias bonitas, para fazerem desenhos e viajar por todo o mundo..." (Anita, 8 anos - 1998).
...queria que todos os meninos viessem fazer conceguinhas no meu teclado..." (Sara, 7 anos).

António Dias de Figueiredo - Ecologia da Aprendizagem
Conciliar conteúdos e contextos. Portfolios de Aprendizagem, Projecto, Contratos de aprendizagem, avaliação cruzada. www.dei.uc.pt/nadf/siie2005/slides.pdf

RIVED – Rede Internacional virtual de educação, para o melhoramento da aprendizagem nas ciências básicas, Brasil.
Projecto interessante, ao nível do ensino secundário e superior, nas áreas da matemática, física, química e biologia: co9nstrução de conceitos de aprendizagem com objectos de aprendizagem. Uma rede de recursos para professores e alunos, com simulações, vídeos, animações. Um projecto financiado pelo ME do Brasil, envolvendo várias universidades na produção de conteúdos, com orientadores pedagógicos, tecnológicos, alunos das licenciaturas em causa e da área da ciência da computação.
http://rived.proinfo.mec.gov.br/

Algumas informações podem ser consultadas em
http://www.siie05.esel.ipleiria.pt/

Joana Viana

Iniciar o computador!..


Hoje foi o segundo dia que estive na formação (mesmo a sério) com os "velhotes" - a aprenderem a mexer e trabalhar no computador!
Tem sido bastante interessante, eles são muito simpáticos, a maioria tem imensa vontade de aprender, apesar de dizerem muitas vezes:
"Ah eu não sei nada! Não sei se tenho jeito para isto!"
"No próximo dia já não me lembro aquilo que aprendi hoje!"

Existem apenas 3 ou 4 pessoas que já tinham mexido num computador e por isso o sabem ligar. Caso contrário ninguém sabia sequer ligar o computador.. Por isso comecei por explicar que o computador não é o monitor, como quase sempre se pensa, mas sim o CPU. Falei-lhes do teclado e do rato. Expliquei-lhes como fazer para ligar o computador, e como na ESEL é necessário, tínhamos de colocar username e password.
Aí é que foi giro!! Tinham mesmo de começar a mexer no rato e no teclado..

Bem estivemos cerca de 1h30 para todos ligarem os computadores:
- foi preciso explicar o porquê de pedir isso
- em casa se não quisermos o computador inicia logo sem pedir esses dados
- saberem mexer no rato para ele dar origem ao cursor, quando está em cima de texto
- clicarem no rato no sítio certo para poderem escrever o nome de utilizador
- como já existia um nome, tinha de ser apagado para escrever o nome destinado ao projecto - e como é que se apaga? duas teclas: delete e seta para o lado esquerdo
- depois usar o teclado para escrever
- mudar para o campo de baixo para escrever a password
- clicar no ok ou na tecla enter para avançar
- e finalmente o computador chega ao ambiente de trabalho!!

E o que é o ambiente de trabalho?
Isso ficou para a sessão seguinte!..

Pois é e na sessão seguinte, que foi hoje, tiveram de fazer tudo outra vez, como acontecerá em todas as sessões! Já foi mais rápido. Alguns já conseguiram fazer sozinhos sem terem dúvidas.
De facto, a maior dificuldade e resistência por parte deles é relativamente à mobilidade da mão sobre o rato, controlá-lo, clicar suavemente com o dedo no botão esquerdo. A maioria clica com força, fica a carregar, ...
Promenores que vão sendo corrigidos por eles próprios..
Por isso, pensei que nada melhor como "brincarem" um pouco no TuxPaint (programa de desenho para crianças) para poderem treinar o uso do rato, a sensibilidade, os movimentos e a escrita..

Joana

17 novembro 2005

1º Dia do TecLAR


O 1º dia da formação de adultos no Projecto TecLAR chegou!!
14 Novembro 2005, 10h da manhã...

Organizei a sessão de forma a que as pessoas se sentissem descontraídas, criando um ambiente informal e de convívio. Ou seja, comecei por levá-las até à sala onde vai decorrer o projecto, sala de computadores, onde estavam ligados seis computadores, cada um com um tipo de aplicação diferente. O objectivo era dar a conhecer às pessoas alguma da diversidade de coisas que é possível fazer no computador e na Internet.

Os computadores mostravam:
1) um filme;
2) Internet na página do "Jornal de Leiria";
3) Jogo solitário (cartas);
4) documento em word (glossário de tecnologias), estando ao mesmo tempo a imprimir;
5) TuxPaint (desenhar);
6) aplicação em PowerPoint sobre Camões e os Lusíadas.

Eram tudo coisas simples visto que se trata de adultos idosos, que irão iniciar-se no uso do computador e internet.
Neste bocadinho deixei-os à vontade, a verem os computadores e a mexerem. Preparei também uns bolinhos e chá...

Os adultos mostraram-se entusiasmados, com vontade de aprender a mexer, interessados e descontraídos. Ao mesmo tempo que iam mexendo e observando, faziam perguntas, colocavam dúvidas, conversavam entre eles..

Depois sentámo-nos e apresentei-lhes o Projecto, como irão ser as sessões, o que espero deles, e a diversidade de aprendizagens que poderão realizar, além daquilo que observaram nos computadores.

Foi um 1º dia bastante interessante. Senti-me satisfeita e empolgada. Além das pessoas que estavam inscritas, apareceram mais quatro movidas por aquilo que ouviram falar do Projecto.

Agora é preciso seguir um ritmo moderado, ter paciência, explicar calmamente, acompanhar e orientar as pessoas individualmente... É importante criar um fio condutor relativamente às sessões de formação e ao trabalho realizado, não esquecendo os interesses de cada adulto!

Vamos ver se estarei à altura...?

Joana

10 novembro 2005

É já 2ª feira!!


O Projecto TecLAR começa já na próxima 2ª feira, em termos formais. Ou seja, vou começar as sessões de formação com os adultos! Às 10h da manhã, na Escola Superior de Educação de Leiria.
Estou entusiasmada, empolgada e um pouco receosa.. Será que vou conquistá-los? Motivá-los? Entusiasmá-los?
Espero que sim..
As preparações para tal estão no seu auge.

Preparei dossiers para cada formando, personalizados através do nome, que incluem a apresentção do Projecto, os objectivos, o modo de decorrer pensado para as sessões, a dinâmica de trabalho, endereços na web de sites relativos aos interesses dos adultos, um glossário, um texto de Papert (claro!), artigos e notícias, entre outros materiais. Estes dossiers serão depois organizados por cada pessoa, à sua maneira. É um apoio às sessões de trabalho, onde podem registar e guardar aquilo que vão aprendendo.

Está também criado um espaço online específico para o Projecto, com todas as informações, onde será possível integrar materiais importantes, sínteses das sessões, partilhar reflexões, dúvidas, questões. Uma mini comunidade de aprendizagem!

Breve terei novidades.. :)
Joana Viana

29 outubro 2005

TecLAR: um projecto de estágio



Corresponde a um dos meus projectos de estágio!
Envolverá adultos com mais de 50 anos, com os quais irei trabalhar as possibilidades e diversidade de coisas que poderão fazer utilizando o computador e a Internet (formação), e crianças de uma turma do 4º ano de escolaridade, que entrarão em contacto com os adultos a meio do projecto, contactos presenciais e virtuais, conversando pela internet, no intuito de construirem trabalhos juntos.

O principal objectivo é aproximar os adultos dos mais novos, em termos de saberes e aprendizagens associadas ao uso do computador e da internet, mobilizando os seus próprios saberes, interesses e experiências de vida para contribuirem para a educação escolar das crianças envolvidas.

Ou seja, o projecto TecLAR constituirá um espaço e um tempo no qual os adultos têm a oportunidade de aprenderem a utilizar o computador e a navegar na internet, com o fim último de apoiarem as crianças na realização dos seus trabalhos para a "Área de Projecto". Acontecerá na Escola Superior de Educação de Leiria, com a parceria da Academia de Cultura e Cooperação. Serei coordenadora do projecto e formadora.

Joana

06 outubro 2005

Licenciatura, Estágio e Depois?


Com mais um ano lectivo à porta, para mim será um ano bem diferente, especial e único!

Parece que a minha licenciatura está mesmo a terminar! Quatro anos que voaram, foram inesquecíveis, durante os quais amadureci e aprendi muito. Sinto-me uma pessoa melhor e mais completa.

E agora vejo-me a começar uma nova fase do meu percurso: ano de estágio, fazendo a ponte para uma vida de "pessoa activa", a contribuir para o desenvolvimento do país, será?
Por um lado, cheia de vontade e preparada para dar o meu melhor e contribuir com pequenas acções para a nossa educação, quero cada vez aprender mais, ler, escrever, conhecer pessoas, experiências... tenho vontade de logo que considerar pertinente fazer um mestrado!

Por outro lado, sei que é bom estar no papel de aprendiz, temos muitas regalias por podermos aprender, experimentar, melhorar e aprender novamente com base naquilo que aprendemos antes. A partir de agora aquilo que aprender e experimentar irá influenciar directamente o meu espaço de intervenção, pessoas, acontecimentos e momentos.

A ansiedade e expectativa são enormes, a vontade de crescer também!

Estudar? Onde?


Artigo escrito em finais de Agosto de 2005, para o Correio dos Milagres, de Setembro de 2005.

"Com as férias de verão quase a acabarem, ninguém fica indiferente a mais um ano escolar que se avizinha. Começam algumas preocupações e momentos de agitação no seio das famílias: comprar os livros e material escolar, apoiar as crianças nos estudos, saber se fazem os trabalhos de casa, se tudo corre bem na escola.
Todos os pais querem que os seus filhos estudem, que preparem o seu futuro (profissional). No entanto, nem sempre é esse o futuro que os jovens escolhem para si: alguns preferem deixar de estudar e ir trabalhar, outros não seguem para a universidade, não tiram um curso superior. E nem sempre os pais aceitam essas escolhas, reagindo negativamente. Afinal, cada vez mais, é indispensável viver em constante formação, a chamada aprendizagem ao longo da vida. É determinante aprender, adquirir conhecimentos diversificados e de banda larga para agir profissionalmente. Contudo, por vezes, os jovens ainda não sabem o que querem fazer no futuro, qual o curso que gostavam de frequentar, ainda não têm maturidade para aos 18 anos decidirem a sua vida profissional e académica. É preciso que deixem de estudar e passem a trabalhar para, posteriormente, reconhecerem a importância da formação na sua vida futura, voltando a estudar. Nesses momentos é determinante a atitude dos pais, o apoio, compreensão e espaço dado aos jovens para eles mesmos decidirem em consequência da sua experiência.


De facto, nem todos se adaptam ao tipo de ensino que existe nas nossas escolas. As pessoas são diferentes. Por isso, quando o vosso filho vos disser que quer deixar de estudar ou que não quer ir para o ensino superior, não desesperem! Conversem no sentido de compreender as causas dessa opção. A melhor opção para todos não tem de ser a Universidade! Existe uma grande diversidade de alternativas ao ensino superior, de cursos e formações, assegurando a qualificação e especialização numa determinada área de trabalho, o desejado futuro profissional de qualidade, em menos tempo, com um formato diferente da escola que conhecemos, para aqueles que não se adaptam ao modelo escolar, mas de igual modo determinantes, vantajosas e ajustadas ao futuro no mercado de trabalho.
Um exemplo disso são as Escolas Tecnológicas que promovem o ensino pós-secundário não superior, ou seja, um nível superior ao ensino secundário e inferior ao ensino superior, mas que permite aceder mais facilmente ao mundo do trabalho, visto referir-se a cursos profissionalizantes, preparando jovens e adultos candidatos ao 1º emprego, para o desempenho de profissões qualificadas, com a duração de 1 a 3 anos.
Outro exemplo são os Cursos de Educação e Formação, de natureza diversa, que certificam o aluno escolar e profissionalmente, onde se incluem os cursos desenvolvidos pelo IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional), nomeadamente pelos Centros de Emprego e outras entidades empregadoras ao nível local (como por exemplo a Nerlei – Associação Empresarial da Região de Leiria).
Para aqueles que apenas têm o 9º ano de escolaridade, a sua opção de continuidade dos estudos não é apenas o ensino secundário vulgar. Os cursos das escolas profissionais, que muitos já conhecem, são uma possibilidade com tanta viabilidade como o ensino secundário vulgar. Para ultrapassar qualquer tipo de estereótipo, o que distingue os cursos das escolas profissionais do ensino secundário vulgar é o facto dos mesmos referirem-se a uma área específica (animação sociocultural, pintura e decoração cerâmica, mecânica, educação social, turismo, informática, contabilidade, gestão, entre muitas outras), com um carácter maioritariamente prático, uma estrutura diferente do modelo escolar (para quem não se adapta), nos quais os alunos deverão assumir um papel activo na construção das suas aprendizagens e do seu conhecimento, sendo-lhes atribuído além do certificado escolar do 12º ano, um certificado profissional na área do curso concluído, para a rápida inserção no mercado de trabalho, com a possibilidade de aceder também ao ensino superior. Na região de Leiria existem cerca de 15 escolas profissionais, com uma grande diversidade de cursos. Outra das opções concluir o 12º ano são os cursos tecnológicos do ensino secundário regular, mais práticos e profissionalizantes, e ainda o conhecido ensino recorrente, que funciona como opção para quem pretender trabalhar e estudar ao mesmo tempo.

De facto, a educação familiar é tão ou mais importante que a educação escolar, pois é a base de formação da criança e jovem, condicionando a sua forma de olhar a escola e a educação em geral, a sua atitude perante a vida, enquanto cidadão.

Não pensem os pais que a escola tem a obrigação de educar as crianças e jovens, orientá-las no caminho da vida. Tem claro um papel importante, mas não primordial. Por isso, apelo a todos os pais que não depositem as crianças na escola de manhã para as recolherem ao final do dia. Acompanhem o percurso dos vossos filhos na escola, incentivem-nos a querer saber mais, a aprender, a serem curiosos, a compreenderem as causas, consequências e os porquês de cada fenómeno ou situação. Não os obriguem a estudar ou a fazer os trabalhos de casa, não lhes proíbam ou retirem os seus prazeres de crianças por não fazerem os trabalhos de casa. Negoceiem antes com eles, façam-nos sentir as consequências dos seus actos, expliquem-lhes a importância de estudarem e de fazerem os trabalhos de casa. Ajudem-nos a fazer, mesmo que não entendam o que é para fazer, perguntem o que é que eles têm de fazer, se percebem porque é importante."

Joana Viana