04 novembro 2006

Experiências e Aprendizagens no I Encontro de LCE


No I Encontro de Licenciados em Ciências da Educação, realizado nos dias 29 e 30 de Setembro na ESE de Leiria estiveram licenciados e alunos de Lisboa, Coimbra, Porto, Algarve, Minho e Madeira!

O Painel I foi relativo à relação entre a educação e a formação: o papel do LCE enquanto agente de intervenção.

Neste painel destaco as seguintes comunicações, questões e reflexões...

Alexandra Figueiredo, da DGFV, abordou o tema do reconhecimento, certificação e validação de competências nomeadamente o sistema RVCC.
Considera que as áreas em que um licenciado em Ciências da Educação (LCE) pode intervir são: - planificação
- desenho curricular
- observação
- avaliação
- formação.... para as quais considera estarmos bem preparados!

E as principais competências profissionais dos LCE são a sistematização da informação, a capacidade de investigação, avaliação, análise crítica, em suma, a organização.
Competências que considera serem reconhecidas ao nível da produção de conhecimentos e de soluções para problemas educativos.

Seguiu-se Fernanda Marques, Presidente da Comissão Executiva e Directora do CRVCC da Associação Nacional de Oficinas e Projecto que lançou questões sobre as políticas de educação de adultos em Portugal:
- periférica ou central?
- Instrumental ou estratégica?
- Pontual ou constante?
- única ou plural?
Tem sido periférica, instrumental, pontual, plural...

É determinante em qualquer processo de educação e formação de adultos ter em linha de conta a promoção da autonomia do sujeito!! Colocar nas suas mãos o desenho, os modos e os tempos do seu percurso educativo e de qualificação, o que coloca em causa as propostas de educação formal!

É importante apostar na educação informar e não formal. O formal depende e é alimentado pelos contextos não formais e informais.
"Aprenditecas" como espaços de auto-aprendizagem e partilha; e os espaços de cooperação e partilha comunitária e intergeracional: jovens e idosos, entrajuda e voluntariado.

Como articular, organizada e intencionalmente o Formal e o Informal? Como favorecer intervenções de promoção da Autonomia?

Produzir uma boa prática de articulação entre o Estado e as organizações da sociedade civil não governamentais ou não estatais...
Deveremos ser Facilitadores e Conceptores de Projectos de Intervenção - Agentes de Mudança!! "Criar o homem-novo"!

Intervir para remediar ou intervir estrategicamente para desenvolver?!!!


PAINEL II - Animação e Desenvolvimento Local: espaço para educação e cooperação

Na opinião de Andreia Santos, Técnica Superior de Educação, da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, o papel de um LCE ao nível do poder local centra-se em:

- intervenção socioeducativa
- projectos de educação e desenvolvimento comunitário
- formação profissional e gestão da formação
- educação de adultos
- animação cultural
- ...
Uma apresentação em PWPT, com um timbre fechado e uma pronúncia do norte...

Seguiu-se uma comunicação interessante, acompanhada de uma apresentação agradável, por parte de Maria Emília Bigotte, do Centro de Apoio Social de Pais e Amigos da Escola, de Coimbra. Um projecto sobre "aprender a ser", seguindo a pedagogia e o movimento da escola moderna, criado pela associação de pais, numa escola, que infelizmente foi terminado este ano lectivo devido ao prolongamento das actividades lectivas do 1º ciclo, o que não permitia o desenvolvimento das actividades pela associação...
Com a imposição da "Escola a tempo inteiro" o sonho terminou....

PAINEL III - Organização, Administração e Gestão da Educação: políticas e práticas
José Bravo Nico, Professor na Universidade de Évora, apresentou um projecto desenvolvido na sua aldeia, baseando-se na APRENDIZAGEM:
querer aprender,
poder aprender,
decidir aprender
e gostar de aprender!!
Oportunidades, vontades, capacidades. Mistura-se tudo... e na Escola Comunitária da São Miguel de Machede nasceu o projecto: Portal Mosaico Micaelense (http://www.mosaicomicaelense.com/), o site oficial da Vila de São Miguel de Machede.

Foi criada a figura de Gestor Pedagógico de Freguesia (!!!!) vestida por uma LCE!! Não havia o perfil para estágio profissional, no IEFP. No entanto pais, famílias, crianças, directores de turma da escola conseguiram pressionar e levar a cabo... Criou-se esta figura na freguesia para conciliar actividades educativas na vila! Actualmente não há enquadramento legislativo para o perfil mas existem algumas pessoas nesta situação.
A LCE da Vila tornou-se gestora de processos individuais e colectivos de aprendizagem, facilitadora de sinapses...

Seguiu-se Paulo Topa, da Comissão Instaladora da Escola da Ponte. Apresentou o projecto da escola, a sua organização, projectos, desenvolvimento curricular,...
Pilares essenciais do Modelo Educativo da Escola da Ponte:
1) Autonomia
2) Responsabilidade
3) Solidariedade
4) Liberdade

Licínio Lima deu voz aos seus pensamentos e reflexões, facilitando a digestão de tudo o que tinha sido vivido ao longo do dia...
Onde reside a diferença entre aquilo que os LCE fazem e sabem fazer e os docentes?!! Os LCE... ... fazem um pouco de tudo! Têm uma sólida formação, muito vasta, de banda larga!! São capazes de conhecer e analisar os fenómenos educativos... Integram saberes complexos, pois têm uma formação teórica aprofundada!!
!! Pluriparadigmáticas!! Paradigmas conceptuais e teóricos.

Não somos engenharia, nem os medicamentos nem a terapia para a educação!!
Somos especialistas em generalidades educativas.

Foi o 1º Dia do encontro, muito intenso, recheado de contactos, conhecimentos, trocas de experiências, situações profissionais, vivências, projectos... Reflexões!

O 2º Dia fica para reflectir depois....

Joana Viana

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